Ser ou não ser

Às vezes eu tenho muita vontade de ter filhos (ou talvez só um mesmo), apesar de ter absoluta certeza de que seria um desastre na empreitada, afinal eu sou extremamente infantil, não tenho a menor moral com crianças e, ainda por cima, não consigo entender que eu sou mais velha e, supostamente, deveria ter mais maturidade, logo, se eu entro em uma discussão com uma criança,na mesma hora, eu volto a ter a idade dela.

Ontem aconteceram duas coisas que me fizeram refletir sobre o meu instinto maternal. Primeiro que rolou uma apresentação da 3ª série sobre a construção de Brasília e foi uma graça. Todos aqueles menininhos lindinhos de ternos e atuando como gente grande... me deu muita vontade de ser um daqueles pais orgulhosos que estavam lá filmando e batendo fotos, porque eu senti orgulho dos guris (alguns lá eu tenho vontade de levar pra casa de tão lindos que são).

E outra: o Henrique, que faz 18 anos domingo que vem, ganhou um carro. Imagino que ele esteja empolgadão, mas eu fiquei pensando que quando ele nasceu eu tinha 7 anos e que eu acompanhei bem de perto o crescimento dele, os meninos Eira são meus irmãos mais novos (com o privilégio de não morarmos juntos, talvez por isso a gente não brigue!), e agora ele tá com 18 anos e quase dirigindo por aí... acho que se fosse um filho meu, eu ia chorar muito... só não tenho certeza do motivo real.

Daí mais à noite, eu fui encontrar as meninas e os amigos do namorado-jornalista de uma delas, obviamente estava cheio de jornalista e alguns eu até conhecia de nome pq eu leio o jornal em que eles trabalham. Enfim, o que aconteceu foi o seguinte: na frente de um dos jornalistas que até guerra no oriente médio já cobriu, eu e a minha amiga decidimos se iríamos pedir brownie com ou sem sorvete usando o milenar método do par ou ímpar (decidimos pelo sorvete).

No fim das contas, eu percebo que é melhor eu tirar mais alguns anos pra resolver se eu quero mesmo ter filhos e crescer um pouquinho mais e, considerando que nem namorando eu tô, estou tranqüila...